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A Última Gota

by ORTEUM

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1.
2.
[Tilt] Chego-me à frente para te chegar à fronte, fodido da pinha. Sou quem caminha onde o teu rapper favorito gatinha Perito da linha, Preparo cada frase, e adivinha, Eu no estúdio: Kamikazee na cozinha Já no mic sou Luís de Matos com Mc’s que mato Faço desaparecer quem diz que bate com um disco fraco. (Fiz parte disto, de facto) Se me repito, ‘tou m’a foder. Quando morrer hei de bater. Deixo-te em pás (paz) p’a te dizer: és lixo que varro E nisto esmago! Nesta terra laica temos tudo junto e misturado A premiar quem byta menos. Tenho visto putos a foder a cultura com autotune A tentar lipoaspirar o Yokozuna ORTEUM já o disse: isso é burrice. Esse mano não devia ser ouvido, E todo o ouvinte é cúmplice. Inundo com este tipo de banda. Até sendo aquilo que és, És benvido. Vem comigo, Porque eu ato-te os pés e digo-te: [Refrão] Anda Se queres entrar no jogo, então põe-te à vontade Anda Há espaço p’a caíres enquanto a outra metade sangra É só mais uma bomba que a irmandade manda E se fazes parte, fã da mediocridade, Anda. 2X [Nero] Isto é ORTEUM a servir rap do mais puro Rap do mais duro, em cima d’um boom bap do mais cru Em situação de apuro, salta o gap, galga o muro People p’a safar a pele até parece do parkour Se a máxima era “keep it real”, man, puta que os pariu À pala dessa eu tenho uns dogs no canil Mais uma viagem p’a limpar o stock no Brasil (E a ti…) Faltava-te um fusível – deram-te um fúsil Aqui o mel é outro e facilmente ilude, Assiste à degradação da espécie em um minuto Mais rápido do que a própria sombra, Lucky Luke Man, isto é muita fruta p’o teu Fruty Loops Mas anda procurar o estilo no meio da sujidade do Under Negro e hostil como a realidade de Luanda Em cada ghetto escondido, tapado pela propaganda. Anda, Tu estás à vontade! [Refrão] Anda Se queres entrar no jogo, então põe-te à vontade Anda Há espaço p’a caíres enquanto a outra metade sangra É só mais uma bomba que a irmandade manda E se fazes parte, fã da mediocridade, Anda. 2X [Mass] Nunca me senti encadeado ou atraído, Mesmo quando me disseram que era esse o sentido – e faz sentido Quando nunca agi por lucros! Fazer a árvore crescer e nunca colher os seus frutos Mas na verdade, Eu escolho a dignidade e não me sinto capaz O problema não é ir lá, é saber voltar para trás Esta via não guita, é terapia Viver à noite mas ainda acordados de dia És só produto d’uma sociedade que já tolera tudo A ver quem é o primeiro que vai do paraíso ao fundo Vê o vazio que tentas preencher, porque quando há fome, Há quem queira comer, E até dá para escolher! Não vês o sonho ao dormir acordado, mais vale só do que mal apadrinhado: Cuidado com quem andas! Sem espaço p’a falhas, agora é a doer Porque parar é morrer, e ORTEUM vive para sempre [Tilt] E digo-te: ORTEUM vive p’a sempre, Tantos byters que até registo patente Wack desde que saíste do ventre (O teu) Rap diz que tu mentes Tu é que pediste Dormentes seguem lixo mas o meu nicho só ouve isso e ri-se p’a dentro ORTEUM (digo-te, ORTEUM) Vive p’a sempre, Tantos byters que até registo patente Wack desde que saíste do ventre (O teu) Rap diz que tu mentes Tu é que pediste Dormentes seguem lixo mas o meu nicho só ouve isso e ri-se p’a dentro Refrão 2x [Scratch’s DJ RM]
3.
[Nero] Nunca vais saber se esta era a hora certa Mas está na hora. E se a subida é longa, agora trepa 'Tá cada vez maior essa responsa que acarretas 'Tá foda chegar a horas quando existem tantas metas Muitas coisas boas e umas tantas merdas Aprendes-te a levantar depois de umas quantas quedas Um dia ris e comemoras, noutros choras pelas perdas A tentar ser positivo no meio de tantas negas Mais vale esperar por quem te crie ou te apadrinhe Porque nem sempre é fácil sair do ninho Mas quando vejo aquele brilho no olhar e aquele sorriso, Sei que esse é o caminho, Eu já tenho o que é preciso! Sem grandes luxos nem roupas p'a experimentar São contas p'a pagar e bocas p'alimentar P'a idealizar um lar. Pedra a pedra, cimentar Mas enchê-lo com coisas que o money não pode comprar [Mass] Já viste como os anos começam a pesar neste tronco? Com tudo a pedir dádivas. No fundo, deste pouco Com vinho nessas lágrimas, pensavas que era gozo Porque é melhor levar tropas quando o caminho é perigoso (Siga) Tu queres ser livre, esquecer tudo o que suportas Único peso a carregar ser uma mochila às costas Isso tem tudo p'a dar merda, Ter a Terra debaixo de olho até tê-lo debaixo da terra (Nunca te esqueças) Cabeça não sossega, achas que vale a pena? (Achas?) Se há quem se interessa e não quer que sejas tema de conversa Dá o salto nessa situação adversa, Deixa a corrida. Não és atleta Independência é seres tu mesmo, a tua mente é o ser supremo É criares outro terreno - aqui não existe o medo P'a ser pisado só porque quem te faz sorrir Onde o caminho é em frente, mas também é a subir Vê-me a partir! [Refrão] Ninguém disse que ia ser fácil (3X) Mas na hora H tens de ser hábil That's m'a deal Ninguém disse que ia ser fácil (3X) Mas na hora H tens de ser hábil That's m'a deal [Scratch DJ Ketzal] [Tilt] Carácter p'a não virar cadáver que anda p'aqui Pés na terra. Se vier guerra, eu sou martir a dar tiro Liberdade! Eu quero respirar kid, transpirar kid! E ter ar p'a o que ainda há de vir Uns dizem que isso é fácil... Uns têm o cu virado p'a lua, casa com 1 km de relvado p'a rua Mas a realidade crua é: quem pensa e inova, vai pobre p'a uma cova Ya, é só criares a tua...idependência, de pensamento. Força e Vontade. Identifica integridade com consciência, intensamente Nada é por acidente. E é assim que eu cresço, Chama-lhe peso, eu chamo largar o que me deixa preso
4.
[Benny] Não deixes para o amanhã o que podes fazer tu Se o pof bater logo, tens a hipótese de saber tudo (Era uma vez...) Hoje são chutos ao pontapé tipo Rock Rendez Vous (Era uma vez...) Depois passou à história esse Hip-Hop de vender cu Quando erras, tu não vês que o ponteiro não pára Duma vez, dispara. Nem apontei. Contei com nada e voltei meu brother Não há volta a dar, é sempre a rasgar No contra-ataque sem me engasgar. A gente apresenta skill, nunca trouxe fama Carrego 60 quilos, querem-me prender por 14 gramas Não faz sentido Tou na paz sem perigo, p'a ser verdadeiro sou capaz de mentir Não percebeste? Só me desgraço sem ti Não percebes nada. E não é possível estares bêbada se só bebes água Isto é metáfora. Rap é pa quem o vive. Pa quem tem ouvido Uma vez chega pa veres o que eu tenho aqui (One time) [Tilt] E é assim que se abre a semana... Não durmas com esta história, abre a pestana Tipo o terceiro olho daquela dama que escama Até te engulo espinhas. Resumo linhas. Lama no piso em que o bicho chama. Já viste ser diferente? Se eu pudesse matar alguém, Juro pela minha mãe que eram os DAMA Era uma vez que eu um dia não vos ouvia na rádio E não ia para o meu bules com vontade de comer um balásio Comer é tipo, básico. Não se mastiga o garfo. Mas o teu tem sido de plástico, e é assim que se castiga o parvo Vivi sob um pingo de ácido. Intervalo é birra ou charro Perco o controlo num estilo clássico quando desliza o carro É tipo...Rápido! (Era uma vez...) O mano nem era do Benfica, mas torcia todos os dias p'a plantar bombas no Marquês Era uma vez uma história de quem chulava um povo E o mesmo não teve memória p'a puder contar de novo, Ouve: [Elliot] Era uma vez. Já vão duas, já vão três. Nunca paras, acabas sempre por voltar ao começo E eu conheço-me suficientemente P'a saber o preço do meu Ser, do meu verso Entra dentro do complexo. Eu confesso que o que eu penso me enlouquece Eu não peço, mas o que acontece é: o Diabo aparece Mil histórias do inferno perdido de mim Só me encontro num deserto acompanhado do meu caderno Queres acompanhar com o teu? És zero a comparar com quem merece Eu não me esqueço de quem não se esquece E nunca é por interesse, mano, é isto que eu quero por impresso Era uma vez e nunca mais me vês, ou talvez até regresse Só p'a morrer outra vez. Porque me apetece. [Mass] Era uma vez uma história de quem nunca quis fazer parte Da defesa da Humanidade, então só jogou ao ataque Sentada nesse parque. Sem nada, nem sotaque A gozar com esses dreads que fazem figura de parvo (É caricato) Quem se acha fraco acaba nesse gangue Com uma cara tão bonita mesmo com um nariz tão grande (Que haja sangue) Em prol dos caras que os ajeitam Com paredes que têm ouvidos p'a gritos que só as emprenham Eu vim pa ver a extinção dessa tua espécie E tu tão "proud of yourself" agarrado a esse pau de selfie Com essa moral de Guru. Olha bem para o teu público Eu acho que já nem és único, agora tu só és súbdito Era uma vez a terra onde a ignorância cega Mas onde quem pisa bananas não escorrega, vai à guerra. Chafurda nessa merda, abre a boca baleia Mas se tudo tem um preço, ao menos regateira, Barriga cheia
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6.
[Nero] Regresso da Pipa de Vinho, TFA. ORTEUM de volta à base A carregar o barco até já não haver espaço A escarrar nos instrumentais com aquela classe E tu tás quase lá, mas ainda te falta o quase! Não vai durar p'a sempre esse disfarce, Porque apesar do tempo, eu 'tou atento a esse desmarque E quando todo o foco se apagar e deixar de iluminar E quero ver se ainda carregas essas frases! (Agora pensa) Ainda te vou ver a pedir clemência E mais cinco minutos na imprensa Tu só tens estado a seguir tendências Mas não sei se entendeste a essência: A essência 'tá no improviso ao som do beatbox 'Tá na adrenalina do bomber em cada sprint que foge 'Tá nos cuts e no Break em cima dum beat forte Não é o teu cap ou o teu bote. Esta merda é que é Hip-Hop! [Refrão] Se eu tiver sangue p'a puder derramar, Boy, se eu tiver, Posso alimentar o que eu quiser Se eu tiver sangue p'a puder derramar, Boy, se eu tiver, Posso alimentar o que eu quiser Enquanto eu 'tiver por cá a estrutura não rui ORTEUM é a cura quando a cultura não flui É assim que ela evolui - ao matar quem polui Se ela se mantiver pura é porque, puto, eu não fui [Tilt] Existem dois tipos de pessoas: existem os vampiros, E outros que dão sangue à causa p'a partir caninos! Meu Hip-hop, Tu que ecoas e que soas para os ingratos, Ainda assim, eu enriqueço: Amo-te com um certo desinteresse O movimento é meu, então eu vou comandá-lo C'uma tal vontade veemente de despedaçá-lo Todo mal das células, é escorraçá-lo! Memo q'a vara rebole com as minhas pérolas no lodaçal. E eu pergunto: Do que vale do conhecimento se eu não puder partilhá-lo, p'a pegar no movimento e artilhá-lo? Cultura árida. Poluição geral que alimenta esta máquina enquanto o meu bafo é éter Partilho a minha veia de rapper Monto um sistema de rega e limpo a agulha do cateter Chupa p'a tares na berra cá. Pode haver guerra, pá mas pra já, prova só o meu RH. Ah! [Refrão] Se eu tiver sangue p'a puder derramar, Boy, se eu tiver, Posso alimentar o que eu quiser Se eu tiver sangue p'a puder derramar, Boy, se eu tiver, Posso alimentar o que eu quiser Enquanto eu 'tiver por cá a estrutura não rui ORTEUM é a cura quando a cultura não flui É assim que ela evolui - ao matar quem polui Se ela se mantiver pura é porque, puto, eu não fui Mass] Nunca pensei que tanta gente te quisesse. Tornaste-te moda. Caíste na tentação, viraste porca. Disse que te amava, não foi da boca p'a fora. Eras colete num salva-vidas. E agora? Ver-te ruir custa engolir. É hediondo. Só quero estar no meu canto, mas dizem que o mundo é redondo Mas eu hei de cá estar, enquanto tiver sangue p'a dar Ver-te voltar assim que o negócio vos separe E talvez seja melhor esqueceres os planos Dizes que o Rap é´a tua vida. Tás na mesma merda há anos! Onde eles disseram que há abundância, só vi fome Com duas caras em simultâneo como o Harrison Ford Eu dei suor na pele. Mereces mais do que esse coro Amor p'a eles é o polegar a roçar no indicador Eu não 'tou pronto p'a um fim Eles têm monstros debaixo da cama, Eu com eles dentro de mim. Agora escuta-os: [Refrão] Se eu tiver sangue p'a puder derramar, Boy, se eu tiver, Posso alimentar o que eu quiser Se eu tiver sangue p'a puder derramar, Boy, se eu tiver, Posso alimentar o que eu quiser Enquanto eu 'tiver por cá a estrutura não rui ORTEUM é a cura quando a cultura não flui É assim que ela evolui - ao matar quem polui Se ela se mantiver pura é porque, puto, eu não fui
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[Johny Gumble] Só te pergunto uma vez "onde é que estavas, mano?" 'Tou a brincar, não quero saber. Aí é que estavas bem Por mais linhas e zonas que um comboio separe Vou metendo bombas antes que um cowboy dispare Não tenho ninguém atrás, estou com os meus boys de lado Cientes que no mal, há vários tipos de maldade Tu és fake, tu és fraco - isso é ser mau ao quadrado Até és fixe, só que mentes. Mas por mim estás à vontade O mal é de quem acredita que és uma lenda viva Neste mundo de parasita és só uma lêndea nigga Mudam estilo, mudam rima, dizem que não é pela guita "Ya, 'tá bem, isto tá mal, temos de fazer pela vida" Ao tempo que oiço rap, conheço bem essa cantiga Vês que p'a quem snifa ganância não há meta que se atinja Só que esse rap é uma merda, e há merda que se evita. A minha meta é pequenina, metanfetamina. [Nero] E em toda a zona existe um dinossauro enferrujado, num centro comercial abandonado À espera de ser usado por um puto, naquela tarde Mas chegou o dia em que tem de ser desligado Os teus 15 minutos bazaram com o vento né? É foda A moda passou e agora ninguém se lembra És só o último da tua espécie como o Denver E em toda a zona existe esquemas para ver guita vir à tona Fome aperta e vês o pipi virar cona (xona) "Olho atento na persiana, vigia e chiba à mona Mas p'ra quê só uma parte, man, se posso limpar toda?" É o pensamento de alguns que vivem à toa Estás a arranjar motivos p'a te irem à tromba "A dica é a mema em todo o lado", seja Margem ou Lisboa Sem contar com miragens, O people vive à margem que apregoa Quando vês que é tudo tanga, aquilo que na escola aprendes Porque o cheiro do money controla mentes E é só lamentos que movem marionetas destes tempos Uns chamam-lhe azar a mais, outros dizem que é sorte a menos Esses estão descansados no apartamento Nunca sentiram necessidade concretamente Dentro da mesma cidade, numa realidade diferente Daquele que nunca teve nada e não olha a meios p'a o ter [Tilt] E tu queres obter? Meter barra do respeito no máximo? Tommy deste GTA Jurássico, deve ser! Eu faço parecer voar fácil Lagarto portátil, Tilt Pterodactyl Cidade na minha sombra. Lixo cheira a Roma, dobra o tempo que o meu coma rouba. No meu ouvido já só soa uma nota Impede-me morrer, permite-me viver na cova Imagina o que poupava se caixões fossem berços, E morresses onde nasceste, independentemente da volta? Eu não vou a tempo p'a concluir a obra no meu túmulo. Molda-me como um número: futuro zero à esquerda do infinito. Não sinto a perda porque nunca tive E se dizes "não sinto a letra" Nunca te vi na rua, é porque não és meu sócio De cu p'a lua como um telescópio, Orienta-te
8.
[Tilt] Isto é ORTEUM click, mate. Estilo de EP? Tudo sobre rodas tipo que vim de Skate, estilo BP MC's dão clickbait mas o rap está na rua E quando estás na tua, queres voltar p'a casa, estilo ET À mercê do que aí paira, o puto perde-se Ouve uns trap's, puxa uns dab's, Ouve o que outros ouvem no PC Mas eu salvei o puto. Ofereci-lhe o meu cd Mostrei-lhe Mirasquad, Chullage, Blasph e M.A.C. Uns querem levantar voo, tipo "já tenho penas, vê!" Mas chavalo, não digas ser Underground, apenas sê! Ensino-te com frequência o som da frequência Quando cuspo a minha demência numa sequência de MPC Procura o sinal que é sinal de vida. Nunca teve a tal devida consideração. Confirmas? P'ra quê contar mentiras? Sou dope pesada p'ra cultura ressacada pronta p'a cortar-me em tiras [Refrão] Sintoniza e aprende: A frequência é esta Queima isso e acende Eu previ a tempo O que isto ia ser: Ignorância crónica "Sintonizo a frequência nesta parabólica" [Mass] Não acho próximo do óbvio. Respirar o dióxido de carbono Aquilo que eu tenho visto no microfone É claro que eu tenho fome. Esperar por algo no meu fone Faz anos que ando a dormir neste sono Sempre à espera d'um passo à frente que me subestime E o mundo só perdeu a máscara ao ouvir Halloween De volta a este fascismo, focado no idealismo Será que é este o sismo que espero há anos ouvir? Rap é frases para agir e tu tás um tanto à toa A viver na mesma broa. Verdade p'a quem a gravou Não é questão de flow. São histórias que me contou Que pareciam mais reais do aquilo que se passou Meu bro Tilt confirmou: tarde ou nunca, eu adormeço Viver a vida no prego mas ter um dia de sossego (Só um) E eu acho que já só me lembro... Vida é luta de Dezembro a Dezembro, É tudo levado ao extremo [Nero] Sintoniza ORTE.1 man, na estrada há long Desde cedo a abusar do consumo mas puxado a bong Assiste à terra pronta a foder o Ozono Semeio a cada Primavera p'ra te colher no Outono Normal que d'um fruto podre não se esprema sumo doce O tempo mudou-te o gosto, em tempos era o oposto No início não previste este fim triste e desgostoso E hoje o teu filho é um faggot de cabelo às cores! Onde crescem tipo cogumelos: MC's e produtores Sucessores ou wannabe's de professores Resumindo: A net veio abrir portas a muita merda E dar tempo de antena a quem nem tem voto na matéria Veio dar a luz a um Rap sem Hip-Hop nas artérias Virou circo mas não se pode brincar com coisas sérias E tu meu puto, se queres bom duto assobia "Palavra de honra, honrarei a palavra todo o santo dia"! [Refrão] Sintoniza e aprende: A frequência é esta Queima isso e acende Eu previ a tempo O que isto ia ser: Ignorância crónica
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[Big P] Não sou um anti herói, eu sou o vilão Sem hipótese de redenção. Nem remorsos, salvação É pra quem mede esforços - Pra mim não Nem reforços. Só o suporte do meu pobre coração que só se fode Não encontrarão num só spot Quem percorre com a solidão na escuridão, enquanto o sol dorme Em slow-mo na contenção, chega só come, só que viver disto é correr risco, mas eu sou pobre Também sou forte, tem que ser sócio Temos que ter ódio pra combatermos os mesmos demónios Enquanto fizermos nós estes negócios Enquanto tivermos estes hobbies Entretanto mulheres rezam por estes jovens Em tantos a morrer esperam que estes sobrem Envolvem se com a sacanagem porque sabem que eles podem E sobra só homenagem a azarados que se fodem Quem não tem cão, caça com gato Quem não tem pão 'tá-se a cagar (bro) Quem não tem fome vai te julgar Sem conhecer a dor sem da bo mão, Sem te ajudar Quem não tem nada a perder, tem tudo a ganhar Tu faz o que tens que fazer e deixa-os falar Diz "beija me o caralho", pensa no teu bem estar E se eles forem chatos, tenta-os matar [Refrão] Porque pode ser que consigas entender o vilão Se conheceres as origens, sem tu teres que dar razão Nem todos seguem a mesma via nesta vida, irmão Mas pronto, há de haver um equilíbrio Onde houver um amigo que te dê a mão Eu deixo-te cair da ponte Sempre com um sorriso, até aos ouvidos Até já ouvir meu pedido, e eu cair morto [Tilt] Não sei se era suposto mas cá estou... Dizem-me que eu não presto, Eu digo q'um vilão é a versão dum herói honesto Verdades desagradáveis são espasmos do meu rap Tipo que eu cuspo com Síndrome de Tourette Negro como um Dugpa no Tibete, Negro como um Santo no inverso, Negro como o pano de fundo do Universo Perverso como o Deus do Velho Testamento para que ninguém peque Através da fome, guerra e peste! Aquilo que eu mais detesto? Hipocrisia. Hip-hop que se dizia puro, mas dá-lhe tempo e trap. Agora vais culpar o tempo? É que o tempo mata. Isso dói durante um tempo, mas isso com o tempo passa. Eu garanto-te. Embora eles não oiçam, quê? Querem que eu Kant? "Se a verdade os mata, então que morram" Fiquem lá com o Yang Enquanto ORTEUM e 69 é a dream team que rima o Yin p'a equilibrar o mambo [Revo-T] Real thuga modafucka, aquele puto pula foda Se lhe deres muita corda é com ela que ele te enforca O Rap Tuga É Uma Merda, mas isso não é de agora Agora só tem mais merda. E o que é merda, vira moda Tou a pegar fogo ao rap com um fosforo molhado A provar-te com o impossível a sua possibilidade Trago a habilidade sem amabilidade E a qualidade da maldade no seu estado elevado A bondade é para fracos como tu A realidade dos factos a olho nu são humanos aos pedaços. Buracos no solo dum mundo cru E putos a serem mortos só pela inveja dum São beefs que não são beefs de dreads de cu tremido Onde eu não oiço os nomes eu não vejo o sentido E é claro que também não digo, isto é letra, não é lista Sobre isso, se abrisse o bico, nunca mais daqui saia [Refrão] [Mass] Não julgues um vilão pela capa, um carocho pela papa Um digra pela faca que já tem hora marcada Eu cresci onde havia nada, uma geração estagnada À espera que o sol brilhasse p'a todos Mas não há milho p'a pombos que vivem de encosto Ver que no seio da loucura há muitos loucos - tudo podre Venderam-se como porcos e culpam a inocência Mas andam com olhos no chão com o peso da consciência Valeu a pena? Eles passaram-te a perna, sem pena Foi job vê-lo a morrer à fome Cicerone de um microfone que nunca escolheu o dono Com a vergonha ao colo de se sentar nesse trono Eu sou donde existia um modus operandi para lidar com esses Dandy's Pelo na venta como um Amish Aqui um vilão é feliz, a sentir-se ambientado com amigos mega junkies [Nero] Existe um vilão em toda a parte, ganância, corrupção em toda a parte E dedos apontados p'a te pôr aparte Segredo 'tá escondido como a mão de Bonaparte Desde a margem do Tejo até à margem do Sado De volta ao boom-bap raw, enquanto tu bebes grog Sei que sentes que essa merda lá no fundo, mete dó Beef tá na moda? ORTEUM fecha um pipe, tchilla Aqui o calibre é 69, não venhas com 9 Millas Vens dar p'a herói? Wack da cabeça aos pés Só p'a bytar o Blasph, lanço o teu Cd para o Tejo Porque o teu melhor MC ao pé de nós, no mic, é zero E se eu baico, ele byta o Nero. Trás de volta o "Valter-Cego" E p'ra ti irmão, só temo pelas companhias, Há certas energias que não são memo compatíveis O Homem semeia a paz, mas no escuro compra mísseis Tens de matar o vilão p'a então passares p'a outros níveis [Refrão]
11.
[Tilt] Cravo os dedos no horizonte, elevo o monte. É maldição, Mas garanto-te que o azar é teu se o globo me escorrega da mão (É tipo) Presente envenenado que bebo colado ao balcão É tipo betão: duro. Esmaga-te o futuro por diversão Sinto que são toneladas, números, coordenadas É só pressão e execução para quem erra Seguro, suporto a Terra até que a minha coluna verga Ruma cega nesse barco que o esqueleto nu navega [Beware] Vida é toda certa. E tudo certo entra e fuma. Sais da minha casa com a dorsal à corcunda Cobra cascavel é tão amável e profunda Se tu provas do veneno ficas à volta em rotundas Complexo de Atlas. Vou caçar a caça No complexo de mapas, terra e água de graça Eu não nego. Eu 'tou tão leve com a proposta É o fardo que eu carrego quando levo o mundo às costas [Nero] Encadeado com tantos flashes. No corpo sentes cansaço, Por não ter descansado bem, mas tanto faz O depósito tem sede de trabalho. Levanto cedo, não falho Maior o dever, maior a resposabilidade Sei que tu foste avisado do peso árduo deste fardo Então prepara-te p'a ficar suado, não dá p'a encostar Aposta tudo aquilo que tens guardado ou pede emprestado Terramotos, vendavais e tempestades. Tu não viste nem metade [Mass] Mas na verdade eu acho que nem sequer vi um terço Da minha população sem nexo que gera ira desde o berço Cegos e surdos pelo sucesso. Tão impacientes, Que andam iludidos pelas cores, quando deviam ser transparentes (Acorda) Eu estou ciente que nunca hei de dar a mão aos meus, e então? Vive do castigo de te virares contra um Deus, cabrão Utupia, ilusão. Consumia frustração Até o dia em que vos largar da mão - prova o meu chão [Beware] Conceptual é quando me sinto menos vulgar, mais fugaz No mesmo lugar a levares com heritage Isso é rio chique e eu viro Chico Buarque No dia em me tirarem os pés do solo, legado vai ligar-te Rhymeshit que abala como o Chullage Negócio fica duro e tu num impasse Eu este mar nado só com um braço O que fica livre é o que me dá mais um bafo [Nero] E num passo decora a dança e observa a festa Mas tens uma tarefa e não te podes safar desta Assim que a pressão aumenta, pernas cedem, suor escorre pela testa Agora é bom que jogues pela certa Sei que o Universo conspira p'a que tropeçes Com mira no teu sucesso. E por mais que implores, ele acerta-te Como não pudeste cumprir a tua missão na Terra Agora imagina-a ao longe, já não podes vê-la perto mano [Mass] Eu vi-o a erguer o tecto onde morreu É que se eu seguro neste globo, alguém a segurar o meu É que se eu não bebo do copo, alguém que não bebe do seu E se eu não sinto o corpo, há alguém que sofre há bem mais tempo do que eu Espero não sei igual ao que se foram tornando Mas se pensares bem, foste a origem disto tudo mano (Foi um engano) Futuro é uma fachada. Manda-te embuscada Só carrego a culpa de quem não sente culpa de nada, e tu? [Tilt] Sou quem agarra e eleva a barra p'a meter respeito Mas se quiser sou quem te larga p'a te ver desfeito Questão de jeito, Mas se vens dar p'a rookie, dobro o teu Mapa Mundi p'a não haver defeito A minha BIC ferve. Queimo papel como um rico deve Vil com skill é fel para DeepWeb. S'a foda o feedback Abano o mundo como um globo de neve até que o vidro quebre [Refrão] Rezo e peço mapas p'a salvar com o meu verso, com Complexo de Atlas Então porque é que te matas quando sabes que 'tá seguro? E que saque atrás de saque a tripulação enche o barco? Mas esta merda pesa! Todo o dia ele ergue a peça, E não devia estar na merda se a utopia está na prega Num rio onde um Deus naufraga, um mortal navega Porque o mundo é de quem o carrega - E o mundo é meu 'Tá descansado, ele está seguro porque o mundo é meu A assegurar o teu futuro porque o mundo é meu Faz o que tiveres a fazer mas o mundo é meu No fim de tudo vais saber man, que o mundo é meu
12.
[Tilt] ORTEUM RAP FAM. É assim que eu dropo, Como a última gota que caiu do copo Logo eu mato a sede. Mato o tal MC que está p'a ser Corto o mal pela raiz quando está a aparecer Não há hipótese Não há grande cena. Isto tá no sangue Vê-me a crescer. Ando como um verme branco nesta gangrena. Vivo pelo meu lema: Se esta é a última gota, que se foda. É bom veneno e bebo na me'ma Mesmo que morra, sem problema. Hei de estar aqui. Quem quiser que beba, quem quiser que sofra Quem quiser que morra à sede enquanto a fonte jorra Dilúvio no estúdio. Quem fica, só se afoga. Acordas do coma quando a merda 'tiver pronta, Com a sombra na planície (Mega tipsy) Dog, paga-me um whisky! Mando dicas para o ar e aposto que tu vais bytar como se fosse um frisbee (Isto é easy) Isto é p'a todos aqueles que não querem morrer burros E que se decompoem boy, à espera que os eduques Sempre c'a me'ma crew. Normal que beba do garrafão Até cair no chão, bêbado. [TOM] 'Tou chilli no meu block. O Nero deu-me o toque O Tilt veio comigo. Sabes onde é que é o spot 'Tamos na Pipa de Vinho a virar copos Manos vão buscar litrosas, eu ainda tenho um coche de xarope ORTEUM na casa brother A gente com que eu ando mete muito rapper feito a ir tapar a cara Trazemos a praga. Bar aberto para a nossa gente Simplesmente porque aqui nenhum de nós paga Que caia a última gota deste garrafão de sátira P'a ver se deixam de meter mais óleo nesta máquina Uma geração sintética, sem técnica, sem táctica Sobretudo patética se a métrica for rápida Vim até aqui a dar patada tipo que tou no skate E sei que vou cair às vezes, pronto a levar com o hate Pouca gente pode dar suporte, isto é só azeite Mas eu não me importo. Me'mo morto, vou largar a tape [Nero] ORTEUM é whisky raw. Não curtes? Junta Safari Mas se curtes real Hip-Hop, meu puto, junta-te à party Ou então fica pelo Bacardi e essa figura de otário Numa linha a dar mais nós que as locks d'um Rastafari Isto tem tudo p'a dar raia mas é claro, Fronteira que separa essa escumalha do que é raro Eu posso 'tar equivocado, nunca errado. Raiado Beef? Nunca apareças desarmado num Kebab Nunca é tarde p'a mudar. Mas o que é que queres que diga? "Estou cá enquanto houver alma", como o San e o Mad Nigga Quebrar barreiras e abrir espaço na subida Já tentei formalizar mas não me encaixo na corrida E o que eu acho desta vida Reflecte-se na comida e na classe com que é servida fast Grandes pitam do tacho - isso é sabido Cospem no prato que é p'a ti e lá no tasco sais corrido a pregos Eu sinto que só me afundo nesta bóia E p'a ser modesto, há horas que não vejo o fundo desta bottle (Qué que fizeste agora?) ORTEUM e TOM Freakin Sawyer Mata isso e fecha um stone p'a ir embora

about

A Última Gota , 2019 - ORTEUM
© RAIA

credits

released May 20, 2019

Captação: RAIA
Mistura/Masterização: RAIA
Fotografia: Sebastião Santana
Participação de: Tony Scar, Metamorfiko, Pilha, DJ RM, DJ Ketzal, Benny B, Elliot, Johny Gumble, Richard Beats, Romeu.Rocha, 69M&M, Poison Mind, Beware Jack, Bambino, John Miller, Tom, El Tiego

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