1. |
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2. |
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[Tilt]
Chego-me à frente para te chegar à fronte,
fodido da pinha.
Sou quem caminha onde o teu rapper favorito gatinha
Perito da linha,
Preparo cada frase, e adivinha,
Eu no estúdio:
Kamikazee na cozinha
Já no mic sou Luís de Matos com Mc’s que mato
Faço desaparecer quem diz que bate com um disco fraco.
(Fiz parte disto, de facto)
Se me repito, ‘tou m’a foder.
Quando morrer hei de bater.
Deixo-te em pás (paz) p’a te dizer: és lixo que varro
E nisto esmago!
Nesta terra laica temos tudo junto e misturado
A premiar quem byta menos.
Tenho visto putos a foder a cultura com autotune
A tentar lipoaspirar o Yokozuna
ORTEUM já o disse: isso é burrice.
Esse mano não devia ser ouvido,
E todo o ouvinte é cúmplice.
Inundo com este tipo de banda.
Até sendo aquilo que és,
És benvido. Vem comigo,
Porque eu ato-te os pés e digo-te:
[Refrão]
Anda
Se queres entrar no jogo, então põe-te à vontade
Anda
Há espaço p’a caíres enquanto a outra metade sangra
É só mais uma bomba que a irmandade manda
E se fazes parte, fã da mediocridade,
Anda.
2X
[Nero]
Isto é ORTEUM a servir rap do mais puro
Rap do mais duro, em cima d’um boom bap do mais cru
Em situação de apuro, salta o gap, galga o muro
People p’a safar a pele até parece do parkour
Se a máxima era “keep it real”, man, puta que os pariu
À pala dessa eu tenho uns dogs no canil
Mais uma viagem p’a limpar o stock no Brasil
(E a ti…)
Faltava-te um fusível – deram-te um fúsil
Aqui o mel é outro e facilmente ilude,
Assiste à degradação da espécie em um minuto
Mais rápido do que a própria sombra, Lucky Luke
Man, isto é muita fruta p’o teu Fruty Loops
Mas anda procurar o estilo no meio da sujidade do Under
Negro e hostil como a realidade de Luanda
Em cada ghetto escondido, tapado pela propaganda.
Anda,
Tu estás à vontade!
[Refrão]
Anda
Se queres entrar no jogo, então põe-te à vontade
Anda
Há espaço p’a caíres enquanto a outra metade sangra
É só mais uma bomba que a irmandade manda
E se fazes parte, fã da mediocridade,
Anda.
2X
[Mass]
Nunca me senti encadeado ou atraído,
Mesmo quando me disseram que era esse o sentido – e faz sentido
Quando nunca agi por lucros!
Fazer a árvore crescer e nunca colher os seus frutos
Mas na verdade,
Eu escolho a dignidade e não me sinto capaz
O problema não é ir lá, é saber voltar para trás
Esta via não guita, é terapia
Viver à noite mas ainda acordados de dia
És só produto d’uma sociedade que já tolera tudo
A ver quem é o primeiro que vai do paraíso ao fundo
Vê o vazio que tentas preencher, porque quando há fome,
Há quem queira comer,
E até dá para escolher!
Não vês o sonho ao dormir acordado, mais vale só do que mal apadrinhado:
Cuidado com quem andas!
Sem espaço p’a falhas, agora é a doer
Porque parar é morrer, e ORTEUM vive para sempre
[Tilt]
E digo-te:
ORTEUM vive p’a sempre,
Tantos byters que até registo patente
Wack desde que saíste do ventre
(O teu) Rap diz que tu mentes
Tu é que pediste
Dormentes seguem lixo mas o meu nicho só ouve isso e ri-se p’a dentro
ORTEUM (digo-te, ORTEUM)
Vive p’a sempre,
Tantos byters que até registo patente
Wack desde que saíste do ventre
(O teu) Rap diz que tu mentes
Tu é que pediste
Dormentes seguem lixo mas o meu nicho só ouve isso e ri-se p’a dentro
Refrão 2x
[Scratch’s DJ RM]
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3. |
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[Nero]
Nunca vais saber se esta era a hora certa
Mas está na hora. E se a subida é longa, agora trepa
'Tá cada vez maior essa responsa que acarretas
'Tá foda chegar a horas quando existem tantas metas
Muitas coisas boas e umas tantas merdas
Aprendes-te a levantar depois de umas quantas quedas
Um dia ris e comemoras, noutros choras pelas perdas
A tentar ser positivo no meio de tantas negas
Mais vale esperar por quem te crie ou te apadrinhe
Porque nem sempre é fácil sair do ninho
Mas quando vejo aquele brilho no olhar e aquele sorriso,
Sei que esse é o caminho,
Eu já tenho o que é preciso!
Sem grandes luxos nem roupas p'a experimentar
São contas p'a pagar e bocas p'alimentar
P'a idealizar um lar. Pedra a pedra, cimentar
Mas enchê-lo com coisas que o money não pode comprar
[Mass]
Já viste como os anos começam a pesar neste tronco?
Com tudo a pedir dádivas. No fundo, deste pouco
Com vinho nessas lágrimas, pensavas que era gozo
Porque é melhor levar tropas quando o caminho é perigoso
(Siga)
Tu queres ser livre, esquecer tudo o que suportas
Único peso a carregar ser uma mochila às costas
Isso tem tudo p'a dar merda,
Ter a Terra debaixo de olho até tê-lo debaixo da terra
(Nunca te esqueças)
Cabeça não sossega, achas que vale a pena?
(Achas?)
Se há quem se interessa e não quer que sejas tema de conversa
Dá o salto nessa situação adversa,
Deixa a corrida. Não és atleta
Independência é seres tu mesmo, a tua mente é o ser supremo
É criares outro terreno - aqui não existe o medo
P'a ser pisado só porque quem te faz sorrir
Onde o caminho é em frente, mas também é a subir
Vê-me a partir!
[Refrão]
Ninguém disse que ia ser fácil (3X)
Mas na hora H tens de ser hábil
That's m'a deal
Ninguém disse que ia ser fácil (3X)
Mas na hora H tens de ser hábil
That's m'a deal
[Scratch DJ Ketzal]
[Tilt]
Carácter p'a não virar cadáver que anda p'aqui
Pés na terra. Se vier guerra, eu sou martir a dar tiro
Liberdade! Eu quero respirar kid, transpirar kid!
E ter ar p'a o que ainda há de vir
Uns dizem que isso é fácil...
Uns têm o cu virado p'a lua, casa com 1 km de relvado p'a rua
Mas a realidade crua é: quem pensa e inova, vai pobre p'a uma cova
Ya, é só criares a tua...idependência, de pensamento.
Força e Vontade. Identifica integridade com consciência, intensamente
Nada é por acidente.
E é assim que eu cresço,
Chama-lhe peso, eu chamo largar o que me deixa preso
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4. |
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[Benny]
Não deixes para o amanhã o que podes fazer tu
Se o pof bater logo, tens a hipótese de saber tudo
(Era uma vez...)
Hoje são chutos ao pontapé tipo Rock Rendez Vous
(Era uma vez...)
Depois passou à história esse Hip-Hop de vender cu
Quando erras, tu não vês que o ponteiro não pára
Duma vez, dispara. Nem apontei. Contei com nada e voltei meu brother
Não há volta a dar, é sempre a rasgar
No contra-ataque sem me engasgar.
A gente apresenta skill, nunca trouxe fama
Carrego 60 quilos, querem-me prender por 14 gramas
Não faz sentido
Tou na paz sem perigo, p'a ser verdadeiro sou capaz de mentir
Não percebeste? Só me desgraço sem ti
Não percebes nada.
E não é possível estares bêbada se só bebes água
Isto é metáfora.
Rap é pa quem o vive. Pa quem tem ouvido
Uma vez chega pa veres o que eu tenho aqui
(One time)
[Tilt]
E é assim que se abre a semana...
Não durmas com esta história, abre a pestana
Tipo o terceiro olho daquela dama que escama
Até te engulo espinhas. Resumo linhas.
Lama no piso em que o bicho chama.
Já viste ser diferente?
Se eu pudesse matar alguém,
Juro pela minha mãe que eram os DAMA
Era uma vez que eu um dia não vos ouvia na rádio
E não ia para o meu bules com vontade de comer um balásio
Comer é tipo, básico. Não se mastiga o garfo.
Mas o teu tem sido de plástico, e é assim que se castiga o parvo
Vivi sob um pingo de ácido. Intervalo é birra ou charro
Perco o controlo num estilo clássico quando desliza o carro
É tipo...Rápido!
(Era uma vez...)
O mano nem era do Benfica,
mas torcia todos os dias p'a plantar bombas no Marquês
Era uma vez uma história de quem chulava um povo
E o mesmo não teve memória p'a puder contar de novo,
Ouve:
[Elliot]
Era uma vez. Já vão duas, já vão três.
Nunca paras, acabas sempre por voltar ao começo
E eu conheço-me suficientemente
P'a saber o preço do meu Ser, do meu verso
Entra dentro do complexo.
Eu confesso que o que eu penso me enlouquece
Eu não peço, mas o que acontece é: o Diabo aparece
Mil histórias do inferno perdido de mim
Só me encontro num deserto acompanhado do meu caderno
Queres acompanhar com o teu? És zero a comparar com quem merece
Eu não me esqueço de quem não se esquece
E nunca é por interesse, mano, é isto que eu quero por impresso
Era uma vez e nunca mais me vês, ou talvez até regresse
Só p'a morrer outra vez. Porque me apetece.
[Mass]
Era uma vez uma história de quem nunca quis fazer parte
Da defesa da Humanidade, então só jogou ao ataque
Sentada nesse parque. Sem nada, nem sotaque
A gozar com esses dreads que fazem figura de parvo
(É caricato)
Quem se acha fraco acaba nesse gangue
Com uma cara tão bonita mesmo com um nariz tão grande
(Que haja sangue)
Em prol dos caras que os ajeitam
Com paredes que têm ouvidos p'a gritos que só as emprenham
Eu vim pa ver a extinção dessa tua espécie
E tu tão "proud of yourself" agarrado a esse pau de selfie
Com essa moral de Guru. Olha bem para o teu público
Eu acho que já nem és único, agora tu só és súbdito
Era uma vez a terra onde a ignorância cega
Mas onde quem pisa bananas não escorrega, vai à guerra.
Chafurda nessa merda, abre a boca baleia
Mas se tudo tem um preço, ao menos regateira,
Barriga cheia
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5. |
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6. |
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[Nero]
Regresso da Pipa de Vinho, TFA. ORTEUM de volta à base
A carregar o barco até já não haver espaço
A escarrar nos instrumentais com aquela classe
E tu tás quase lá, mas ainda te falta o quase!
Não vai durar p'a sempre esse disfarce,
Porque apesar do tempo, eu 'tou atento a esse desmarque
E quando todo o foco se apagar e deixar de iluminar
E quero ver se ainda carregas essas frases!
(Agora pensa)
Ainda te vou ver a pedir clemência
E mais cinco minutos na imprensa
Tu só tens estado a seguir tendências
Mas não sei se entendeste a essência:
A essência 'tá no improviso ao som do beatbox
'Tá na adrenalina do bomber em cada sprint que foge
'Tá nos cuts e no Break em cima dum beat forte
Não é o teu cap ou o teu bote. Esta merda é que é Hip-Hop!
[Refrão]
Se eu tiver sangue p'a puder derramar,
Boy, se eu tiver,
Posso alimentar o que eu quiser
Se eu tiver sangue p'a puder derramar,
Boy, se eu tiver,
Posso alimentar o que eu quiser
Enquanto eu 'tiver por cá a estrutura não rui
ORTEUM é a cura quando a cultura não flui
É assim que ela evolui - ao matar quem polui
Se ela se mantiver pura é porque, puto, eu não fui
[Tilt]
Existem dois tipos de pessoas: existem os vampiros,
E outros que dão sangue à causa p'a partir caninos!
Meu Hip-hop,
Tu que ecoas e que soas para os ingratos,
Ainda assim, eu enriqueço:
Amo-te com um certo desinteresse
O movimento é meu, então eu vou comandá-lo
C'uma tal vontade veemente de despedaçá-lo
Todo mal das células, é escorraçá-lo!
Memo q'a vara rebole com as minhas pérolas no lodaçal.
E eu pergunto:
Do que vale do conhecimento se eu não puder partilhá-lo,
p'a pegar no movimento e artilhá-lo?
Cultura árida.
Poluição geral que alimenta esta máquina enquanto o meu bafo é éter
Partilho a minha veia de rapper
Monto um sistema de rega e limpo a agulha do cateter
Chupa p'a tares na berra cá.
Pode haver guerra, pá
mas pra já, prova só o meu RH. Ah!
[Refrão]
Se eu tiver sangue p'a puder derramar,
Boy, se eu tiver,
Posso alimentar o que eu quiser
Se eu tiver sangue p'a puder derramar,
Boy, se eu tiver,
Posso alimentar o que eu quiser
Enquanto eu 'tiver por cá a estrutura não rui
ORTEUM é a cura quando a cultura não flui
É assim que ela evolui - ao matar quem polui
Se ela se mantiver pura é porque, puto, eu não fui
Mass]
Nunca pensei que tanta gente te quisesse. Tornaste-te moda.
Caíste na tentação, viraste porca.
Disse que te amava, não foi da boca p'a fora.
Eras colete num salva-vidas. E agora?
Ver-te ruir custa engolir. É hediondo.
Só quero estar no meu canto, mas dizem que o mundo é redondo
Mas eu hei de cá estar, enquanto tiver sangue p'a dar
Ver-te voltar assim que o negócio vos separe
E talvez seja melhor esqueceres os planos
Dizes que o Rap é´a tua vida. Tás na mesma merda há anos!
Onde eles disseram que há abundância, só vi fome
Com duas caras em simultâneo como o Harrison Ford
Eu dei suor na pele. Mereces mais do que esse coro
Amor p'a eles é o polegar a roçar no indicador
Eu não 'tou pronto p'a um fim
Eles têm monstros debaixo da cama,
Eu com eles dentro de mim. Agora escuta-os:
[Refrão]
Se eu tiver sangue p'a puder derramar,
Boy, se eu tiver,
Posso alimentar o que eu quiser
Se eu tiver sangue p'a puder derramar,
Boy, se eu tiver,
Posso alimentar o que eu quiser
Enquanto eu 'tiver por cá a estrutura não rui
ORTEUM é a cura quando a cultura não flui
É assim que ela evolui - ao matar quem polui
Se ela se mantiver pura é porque, puto, eu não fui
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7. |
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[Johny Gumble]
Só te pergunto uma vez "onde é que estavas, mano?"
'Tou a brincar, não quero saber. Aí é que estavas bem
Por mais linhas e zonas que um comboio separe
Vou metendo bombas antes que um cowboy dispare
Não tenho ninguém atrás, estou com os meus boys de lado
Cientes que no mal, há vários tipos de maldade
Tu és fake, tu és fraco - isso é ser mau ao quadrado
Até és fixe, só que mentes. Mas por mim estás à vontade
O mal é de quem acredita que és uma lenda viva
Neste mundo de parasita és só uma lêndea nigga
Mudam estilo, mudam rima, dizem que não é pela guita
"Ya, 'tá bem, isto tá mal, temos de fazer pela vida"
Ao tempo que oiço rap, conheço bem essa cantiga
Vês que p'a quem snifa ganância não há meta que se atinja
Só que esse rap é uma merda, e há merda que se evita.
A minha meta é pequenina,
metanfetamina.
[Nero]
E em toda a zona existe um dinossauro enferrujado, num centro comercial abandonado
À espera de ser usado por um puto, naquela tarde
Mas chegou o dia em que tem de ser desligado
Os teus 15 minutos bazaram com o vento né? É foda
A moda passou e agora ninguém se lembra
És só o último da tua espécie como o Denver
E em toda a zona existe esquemas para ver guita vir à tona
Fome aperta e vês o pipi virar cona
(xona)
"Olho atento na persiana, vigia e chiba à mona
Mas p'ra quê só uma parte, man, se posso limpar toda?"
É o pensamento de alguns que vivem à toa
Estás a arranjar motivos p'a te irem à tromba
"A dica é a mema em todo o lado", seja Margem ou Lisboa
Sem contar com miragens,
O people vive à margem que apregoa
Quando vês que é tudo tanga, aquilo que na escola aprendes
Porque o cheiro do money controla mentes
E é só lamentos que movem marionetas destes tempos
Uns chamam-lhe azar a mais, outros dizem que é sorte a menos
Esses estão descansados no apartamento
Nunca sentiram necessidade concretamente
Dentro da mesma cidade, numa realidade diferente
Daquele que nunca teve nada e não olha a meios p'a o ter
[Tilt]
E tu queres obter?
Meter barra do respeito no máximo?
Tommy deste GTA Jurássico,
deve ser!
Eu faço parecer voar fácil
Lagarto portátil,
Tilt Pterodactyl
Cidade na minha sombra.
Lixo cheira a Roma, dobra o tempo que o meu coma rouba.
No meu ouvido já só soa uma nota
Impede-me morrer, permite-me viver na cova
Imagina o que poupava se caixões fossem berços,
E morresses onde nasceste, independentemente da volta?
Eu não vou a tempo p'a concluir a obra no meu túmulo.
Molda-me como um número: futuro zero à esquerda do infinito.
Não sinto a perda porque nunca tive
E se dizes "não sinto a letra"
Nunca te vi na rua, é porque não és meu sócio
De cu p'a lua como um telescópio,
Orienta-te
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8. |
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[Tilt]
Isto é ORTEUM click, mate. Estilo de EP?
Tudo sobre rodas tipo que vim de Skate, estilo BP
MC's dão clickbait mas o rap está na rua
E quando estás na tua, queres voltar p'a casa, estilo ET
À mercê do que aí paira, o puto perde-se
Ouve uns trap's, puxa uns dab's,
Ouve o que outros ouvem no PC
Mas eu salvei o puto. Ofereci-lhe o meu cd
Mostrei-lhe Mirasquad, Chullage, Blasph e M.A.C.
Uns querem levantar voo, tipo "já tenho penas, vê!"
Mas chavalo, não digas ser Underground, apenas sê!
Ensino-te com frequência o som da frequência
Quando cuspo a minha demência numa sequência de MPC
Procura o sinal que é sinal de vida.
Nunca teve a tal devida consideração. Confirmas?
P'ra quê contar mentiras?
Sou dope pesada p'ra cultura ressacada pronta p'a cortar-me em tiras
[Refrão]
Sintoniza e aprende:
A frequência é esta
Queima isso e acende
Eu previ a tempo
O que isto ia ser:
Ignorância crónica
"Sintonizo a frequência nesta parabólica"
[Mass]
Não acho próximo do óbvio. Respirar o dióxido de carbono
Aquilo que eu tenho visto no microfone
É claro que eu tenho fome. Esperar por algo no meu fone
Faz anos que ando a dormir neste sono
Sempre à espera d'um passo à frente que me subestime
E o mundo só perdeu a máscara ao ouvir Halloween
De volta a este fascismo, focado no idealismo
Será que é este o sismo que espero há anos ouvir?
Rap é frases para agir e tu tás um tanto à toa
A viver na mesma broa. Verdade p'a quem a gravou
Não é questão de flow. São histórias que me contou
Que pareciam mais reais do aquilo que se passou
Meu bro Tilt confirmou: tarde ou nunca, eu adormeço
Viver a vida no prego mas ter um dia de sossego
(Só um)
E eu acho que já só me lembro...
Vida é luta de Dezembro a Dezembro,
É tudo levado ao extremo
[Nero]
Sintoniza ORTE.1 man, na estrada há long
Desde cedo a abusar do consumo mas puxado a bong
Assiste à terra pronta a foder o Ozono
Semeio a cada Primavera p'ra te colher no Outono
Normal que d'um fruto podre não se esprema sumo doce
O tempo mudou-te o gosto, em tempos era o oposto
No início não previste este fim triste e desgostoso
E hoje o teu filho é um faggot de cabelo às cores!
Onde crescem tipo cogumelos: MC's e produtores
Sucessores ou wannabe's de professores
Resumindo:
A net veio abrir portas a muita merda
E dar tempo de antena a quem nem tem voto na matéria
Veio dar a luz a um Rap sem Hip-Hop nas artérias
Virou circo mas não se pode brincar com coisas sérias
E tu meu puto, se queres bom duto assobia
"Palavra de honra, honrarei a palavra todo o santo dia"!
[Refrão]
Sintoniza e aprende:
A frequência é esta
Queima isso e acende
Eu previ a tempo
O que isto ia ser:
Ignorância crónica
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9. |
Tony Scar - Ponte (Skit)
00:22
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10. |
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[Big P]
Não sou um anti herói, eu sou o vilão
Sem hipótese de redenção. Nem remorsos, salvação
É pra quem mede esforços - Pra mim não
Nem reforços. Só o suporte do meu pobre coração que só se fode
Não encontrarão num só spot
Quem percorre com a solidão na escuridão, enquanto o sol dorme
Em slow-mo na contenção, chega só come,
só que viver disto é correr risco, mas eu sou pobre
Também sou forte, tem que ser sócio
Temos que ter ódio pra combatermos os mesmos demónios
Enquanto fizermos nós estes negócios
Enquanto tivermos estes hobbies
Entretanto mulheres rezam por estes jovens
Em tantos a morrer esperam que estes sobrem
Envolvem se com a sacanagem porque sabem que eles podem
E sobra só homenagem a azarados que se fodem
Quem não tem cão, caça com gato
Quem não tem pão 'tá-se a cagar
(bro)
Quem não tem fome vai te julgar
Sem conhecer a dor sem da bo mão,
Sem te ajudar
Quem não tem nada a perder, tem tudo a ganhar
Tu faz o que tens que fazer e deixa-os falar
Diz "beija me o caralho", pensa no teu bem estar
E se eles forem chatos, tenta-os matar
[Refrão]
Porque pode ser que consigas entender o vilão
Se conheceres as origens, sem tu teres que dar razão
Nem todos seguem a mesma via nesta vida, irmão
Mas pronto, há de haver um equilíbrio
Onde houver um amigo que te dê a mão
Eu deixo-te cair da ponte
Sempre com um sorriso, até aos ouvidos
Até já ouvir meu pedido, e eu cair morto
[Tilt]
Não sei se era suposto mas cá estou...
Dizem-me que eu não presto,
Eu digo q'um vilão é a versão dum herói honesto
Verdades desagradáveis são espasmos do meu rap
Tipo que eu cuspo com Síndrome de Tourette
Negro como um Dugpa no Tibete,
Negro como um Santo no inverso,
Negro como o pano de fundo do Universo
Perverso como o Deus do Velho Testamento para que ninguém peque
Através da fome, guerra e peste!
Aquilo que eu mais detesto? Hipocrisia.
Hip-hop que se dizia puro, mas dá-lhe tempo e trap.
Agora vais culpar o tempo? É que o tempo mata.
Isso dói durante um tempo, mas isso com o tempo passa. Eu garanto-te.
Embora eles não oiçam, quê? Querem que eu Kant?
"Se a verdade os mata, então que morram"
Fiquem lá com o Yang
Enquanto ORTEUM e 69 é a dream team que rima o Yin p'a equilibrar o mambo
[Revo-T]
Real thuga modafucka, aquele puto pula foda
Se lhe deres muita corda é com ela que ele te enforca
O Rap Tuga É Uma Merda, mas isso não é de agora
Agora só tem mais merda. E o que é merda, vira moda
Tou a pegar fogo ao rap com um fosforo molhado
A provar-te com o impossível a sua possibilidade
Trago a habilidade sem amabilidade
E a qualidade da maldade no seu estado elevado
A bondade é para fracos como tu
A realidade dos factos a olho nu
são humanos aos pedaços. Buracos no solo dum mundo cru
E putos a serem mortos só pela inveja dum
São beefs que não são beefs de dreads de cu tremido
Onde eu não oiço os nomes eu não vejo o sentido
E é claro que também não digo, isto é letra, não é lista
Sobre isso, se abrisse o bico, nunca mais daqui saia
[Refrão]
[Mass]
Não julgues um vilão pela capa, um carocho pela papa
Um digra pela faca que já tem hora marcada
Eu cresci onde havia nada, uma geração estagnada
À espera que o sol brilhasse p'a todos
Mas não há milho p'a pombos que vivem de encosto
Ver que no seio da loucura há muitos loucos - tudo podre
Venderam-se como porcos e culpam a inocência
Mas andam com olhos no chão com o peso da consciência
Valeu a pena? Eles passaram-te a perna, sem pena
Foi job vê-lo a morrer à fome
Cicerone de um microfone que nunca escolheu o dono
Com a vergonha ao colo de se sentar nesse trono
Eu sou donde existia um modus operandi para lidar com esses Dandy's
Pelo na venta como um Amish
Aqui um vilão é feliz, a sentir-se ambientado com amigos mega junkies
[Nero]
Existe um vilão em toda a parte, ganância, corrupção em toda a parte
E dedos apontados p'a te pôr aparte
Segredo 'tá escondido como a mão de Bonaparte
Desde a margem do Tejo até à margem do Sado
De volta ao boom-bap raw, enquanto tu bebes grog
Sei que sentes que essa merda lá no fundo, mete dó
Beef tá na moda? ORTEUM fecha um pipe, tchilla
Aqui o calibre é 69, não venhas com 9 Millas
Vens dar p'a herói? Wack da cabeça aos pés
Só p'a bytar o Blasph, lanço o teu Cd para o Tejo
Porque o teu melhor MC ao pé de nós, no mic, é zero
E se eu baico, ele byta o Nero. Trás de volta o "Valter-Cego"
E p'ra ti irmão, só temo pelas companhias,
Há certas energias que não são memo compatíveis
O Homem semeia a paz, mas no escuro compra mísseis
Tens de matar o vilão p'a então passares p'a outros níveis
[Refrão]
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11. |
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[Tilt]
Cravo os dedos no horizonte, elevo o monte. É maldição,
Mas garanto-te que o azar é teu se o globo me escorrega da mão
(É tipo)
Presente envenenado que bebo colado ao balcão
É tipo betão: duro. Esmaga-te o futuro por diversão
Sinto que são toneladas, números, coordenadas
É só pressão e execução para quem erra
Seguro, suporto a Terra até que a minha coluna verga
Ruma cega nesse barco que o esqueleto nu navega
[Beware]
Vida é toda certa. E tudo certo entra e fuma.
Sais da minha casa com a dorsal à corcunda
Cobra cascavel é tão amável e profunda
Se tu provas do veneno ficas à volta em rotundas
Complexo de Atlas. Vou caçar a caça
No complexo de mapas, terra e água de graça
Eu não nego. Eu 'tou tão leve com a proposta
É o fardo que eu carrego quando levo o mundo às costas
[Nero]
Encadeado com tantos flashes. No corpo sentes cansaço,
Por não ter descansado bem, mas tanto faz
O depósito tem sede de trabalho. Levanto cedo, não falho
Maior o dever, maior a resposabilidade
Sei que tu foste avisado do peso árduo deste fardo
Então prepara-te p'a ficar suado, não dá p'a encostar
Aposta tudo aquilo que tens guardado ou pede emprestado
Terramotos, vendavais e tempestades. Tu não viste nem metade
[Mass]
Mas na verdade eu acho que nem sequer vi um terço
Da minha população sem nexo que gera ira desde o berço
Cegos e surdos pelo sucesso. Tão impacientes,
Que andam iludidos pelas cores, quando deviam ser transparentes
(Acorda)
Eu estou ciente que nunca hei de dar a mão aos meus, e então?
Vive do castigo de te virares contra um Deus, cabrão
Utupia, ilusão. Consumia frustração
Até o dia em que vos largar da mão - prova o meu chão
[Beware]
Conceptual é quando me sinto menos vulgar, mais fugaz
No mesmo lugar a levares com heritage
Isso é rio chique e eu viro Chico Buarque
No dia em me tirarem os pés do solo, legado vai ligar-te
Rhymeshit que abala como o Chullage
Negócio fica duro e tu num impasse
Eu este mar nado só com um braço
O que fica livre é o que me dá mais um bafo
[Nero]
E num passo decora a dança e observa a festa
Mas tens uma tarefa e não te podes safar desta
Assim que a pressão aumenta, pernas cedem, suor escorre pela testa
Agora é bom que jogues pela certa
Sei que o Universo conspira p'a que tropeçes
Com mira no teu sucesso. E por mais que implores, ele acerta-te
Como não pudeste cumprir a tua missão na Terra
Agora imagina-a ao longe, já não podes vê-la perto mano
[Mass]
Eu vi-o a erguer o tecto onde morreu
É que se eu seguro neste globo, alguém a segurar o meu
É que se eu não bebo do copo, alguém que não bebe do seu
E se eu não sinto o corpo, há alguém que sofre há bem mais tempo do que eu
Espero não sei igual ao que se foram tornando
Mas se pensares bem, foste a origem disto tudo mano
(Foi um engano)
Futuro é uma fachada. Manda-te embuscada
Só carrego a culpa de quem não sente culpa de nada, e tu?
[Tilt]
Sou quem agarra e eleva a barra p'a meter respeito
Mas se quiser sou quem te larga p'a te ver desfeito
Questão de jeito,
Mas se vens dar p'a rookie, dobro o teu Mapa Mundi p'a não haver defeito
A minha BIC ferve. Queimo papel como um rico deve
Vil com skill é fel para DeepWeb. S'a foda o feedback
Abano o mundo como um globo de neve até que o vidro quebre
[Refrão]
Rezo e peço mapas p'a salvar com o meu verso, com Complexo de Atlas
Então porque é que te matas quando sabes que 'tá seguro?
E que saque atrás de saque a tripulação enche o barco?
Mas esta merda pesa!
Todo o dia ele ergue a peça,
E não devia estar na merda se a utopia está na prega
Num rio onde um Deus naufraga, um mortal navega
Porque o mundo é de quem o carrega - E o mundo é meu
'Tá descansado, ele está seguro porque o mundo é meu
A assegurar o teu futuro porque o mundo é meu
Faz o que tiveres a fazer mas o mundo é meu
No fim de tudo vais saber man, que o mundo é meu
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12. |
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[Tilt]
ORTEUM RAP FAM. É assim que eu dropo,
Como a última gota que caiu do copo
Logo eu mato a sede. Mato o tal MC que está p'a ser
Corto o mal pela raiz quando está a aparecer
Não há hipótese
Não há grande cena. Isto tá no sangue
Vê-me a crescer. Ando como um verme branco nesta gangrena.
Vivo pelo meu lema: Se esta é a última gota, que se foda.
É bom veneno e bebo na me'ma
Mesmo que morra, sem problema. Hei de estar aqui.
Quem quiser que beba, quem quiser que sofra
Quem quiser que morra à sede enquanto a fonte jorra
Dilúvio no estúdio. Quem fica, só se afoga.
Acordas do coma quando a merda 'tiver pronta,
Com a sombra na planície (Mega tipsy)
Dog, paga-me um whisky!
Mando dicas para o ar e aposto que tu vais bytar como se fosse um frisbee
(Isto é easy)
Isto é p'a todos aqueles que não querem morrer burros
E que se decompoem boy, à espera que os eduques
Sempre c'a me'ma crew. Normal que beba do garrafão
Até cair no chão, bêbado.
[TOM]
'Tou chilli no meu block. O Nero deu-me o toque
O Tilt veio comigo. Sabes onde é que é o spot
'Tamos na Pipa de Vinho a virar copos
Manos vão buscar litrosas, eu ainda tenho um coche de xarope
ORTEUM na casa brother
A gente com que eu ando mete muito rapper feito a ir tapar a cara
Trazemos a praga. Bar aberto para a nossa gente
Simplesmente porque aqui nenhum de nós paga
Que caia a última gota deste garrafão de sátira
P'a ver se deixam de meter mais óleo nesta máquina
Uma geração sintética, sem técnica, sem táctica
Sobretudo patética se a métrica for rápida
Vim até aqui a dar patada tipo que tou no skate
E sei que vou cair às vezes, pronto a levar com o hate
Pouca gente pode dar suporte, isto é só azeite
Mas eu não me importo. Me'mo morto, vou largar a tape
[Nero]
ORTEUM é whisky raw. Não curtes? Junta Safari
Mas se curtes real Hip-Hop, meu puto, junta-te à party
Ou então fica pelo Bacardi e essa figura de otário
Numa linha a dar mais nós que as locks d'um Rastafari
Isto tem tudo p'a dar raia mas é claro,
Fronteira que separa essa escumalha do que é raro
Eu posso 'tar equivocado, nunca errado. Raiado
Beef? Nunca apareças desarmado num Kebab
Nunca é tarde p'a mudar. Mas o que é que queres que diga?
"Estou cá enquanto houver alma", como o San e o Mad Nigga
Quebrar barreiras e abrir espaço na subida
Já tentei formalizar mas não me encaixo na corrida
E o que eu acho desta vida
Reflecte-se na comida e na classe com que é servida fast
Grandes pitam do tacho - isso é sabido
Cospem no prato que é p'a ti e lá no tasco sais corrido a pregos
Eu sinto que só me afundo nesta bóia
E p'a ser modesto, há horas que não vejo o fundo desta bottle
(Qué que fizeste agora?)
ORTEUM e TOM Freakin Sawyer
Mata isso e fecha um stone p'a ir embora
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